Um mês depois do sismo de grau 7 que causou no Haiti mais de 217.000 mortos e de 300.000 feridos, o país celebrou hoje um dia nacional de luto e o Presidente René Préval garantiu a sobrevivência colectiva.
“O Haiti não morrerá. O Haiti não deve morrer”, disse Préval durante uma emocionante cerimónia efectuada nas proximidades do arruinado Palácio Presidencial, em Port-au-Prince, a capital.
Representantes das duas religiões oficiais do país, a católica e a vudu, juntaram-se a pastores protestantes para o principal serviço religioso que se efectuou no território haitiano, onde há agora um milhão de desalojados.
Uma pequena mesa de madeira colocada em cima de uma das valas comuns, nas colinas da parte setentrional da capital, serviu de altar para aquela espécie de requiem.
“Debruçai-vos sobre os vossos irmãos e irmãs, que clamam de debaixo da terra”, convidou um bispo, perante centenas de pessoas concentradas à sombra de mimosas. O Presidente começou a chorar e a mulher tentou consolá-lo.
Outros serviços fúnebres foram organizados pelo país fora, tendo sido pedido a toda a gente que depois, às 16h53 locais (21h53 em Lisboa), a hora precisa do sismo, se ajoelhasse e orasse, numa última homenagem aos que partiram e cujo número se poderá elevar a 230.000 mortos, segundo alguns dos cálculos que têm estado a ser feitos mas que ainda não foram confirmados.
Há 250.000 casas destruídas e as Nações Unidas afirmam que é preciso remover 53 milhões de toneladas de entulho.
A copiosa chuva que caiu ontem deu bem a ideia da miséria que espera uma nação de nove milhões de habitantes que já antes da tragédia era a mais pobre do hemisfério ocidental.
No país era aguardada uma delegação do Congresso norte-americano dirigida pela presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, que tratará de encontrar a melhor forma de se contribuir para a longa reconstrução de um território arrasado.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário