Uma campanha publicitária pelos direitos dos não-fumadores defende que fumar é como ser obrigado a fazer sexo oral.
Três cartazes publicitários onde dois rapazes e uma rapariga de cigarro na boca simulam sexo oral com um homem mais velho, está a suscitar a ira das associações de famílias e feministas francesas. O anúncio faz parte de uma campanha pelos direitos dos não-fumadores na qual se argumenta que fumar é como ser obrigado a fazer sexo oral.
"Confundir o vício do tabaco com o sexo é ridículo e escandaloso. Preocupa-me ver alguém descer tão baixo por uma causa justa", lamenta Christiane Therry da Famílias de França (Familles de France).
"É cruel e despropositada. Terão pensado nas vítimas de sevícias sexuais?", pergunta Christiane Ruel, presidente da associação Infância e Partilha (Enfance et Partage).
Insuportável.
As associações feministas também atacam a campanha que tem como slogan: "Fumar é ser escravo do tabaco" e estará nas ruas até Maio.
"Tanto quanto sei, fazer sexo oral não provoca cancro", ironiza Antoinette Fouque, co-fundadora do Movimento de Libertação da Mulher (Mouvement de Libération de la Femme).
"A imagem de um adulto com a mão na testa de um adolescente é insuportável", afirma Florence Montreynaud, presidente da Chiennes de Garde.
Alguns veteranos da luta contra o tabaco também criticam a campanha.
Para Bertrand Dautzenberg, presidente da Prevenção do Tabagismo francesa, "esta campanha deixa os adultos chocados sem assustar os adolescentes".
Mas este mar de críticas passa ao lado dos publicitários.
"O discurso clássico, do tipo: 'O tabaco faz mal', já não funciona", argumenta Marco de La Fuente, responsável pela campanha realizada gratuitamente pela agência BDDP & Fils.
Para La Fuente "a mensagem é: 'O tabaco é uma submissão'. Ora, no imaginário colectivo, o sexo oral é o símbolo perfeito dessa submissão".
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