quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Jornalista da BBC confessa ter ajudado a morrer parceiro com sida.

Ray Gosling admitiu ter acabado com o sofrimento do ex-companheiro com sida, reabrindo o debate sobre a eutanásia no Reino Unido.

Um ex jornalista britânico de rádio e televisão está a ser investigado pela polícia depois de confessar ter posto fim à vida de um antigo amante que estava doente com sida.

Ray Gosling, conhecido pelos documentários que realizou para a BBC sobre problemas sociais, explicou ter acabado com o sofrimento de um homem - não identificado - que estava hospitalizado em estado grave "no início da epidemia de sida", provavelmente durante os anos 80.

A confissão do jornalista e apresentador, de 70 anos, surgiu em pleno debate no Reino Unido a propósito da morte assistida para os doentes em fase terminal. Fez esta revelação numa emissão da BBC dedicada ao tema.

Caso sob investigação.
A polícia de Nottinghamshire (centro de Inglaterra), onde reside o apresentador, declarou hoje que ia investigar o caso.

"No hospital, o médico disse: 'já não podemos fazer nada' e ele sofria terrivelmente", contou Gosling no programa, difundido segunda feira.

"Eu disse ao médico: 'deixe-me sozinho um momento' e ele partiu. Peguei na almofada e sufoquei-o até à morte ", continuou.

Numa entrevista à BBC, Gosling explicou que tinha feito um pacto com o seu antigo amante: "Tínhamos combinado que se algo acontecesse, eu poria termo à sua vida e foi o que fiz".

Pena máxima de 14 anos.
Segundo uma lei de 1961, o suicídio assistido é ilegal em Inglaterra e no País de Gales, e punível com uma pena máxima de 14 anos de prisão.

A justiça britânica clarificou esta lei no passado mês de setembro: as pessoas que ajudem um familiar a morrer não serão penalizadas pelo gesto se for motivado pela compaixão e se não houver dúvidas sobre a vontade do doente.

Sem comentários: