O temporal que está a assolar o arquipélago, deixando um vaga destruição e caos, já causou pelo menos 32 mortos, 68 feridos, dos quais dois em estado grave, e um número indeterminado de desalojados.
O temporal que assolou hoje a Madeira provocou até ao momento 32 mortos, disse à agência Lusa fonte do Governo Regional.
Além destas vítimas, deram até ao momento 68 feridos nas urgências do Hospital Dr. Nelio Mendonça, no Funchal, sendo dois casos graves de ortopedia que estão a ser sujeitos a intervenções cirúrgicas.
Este é um balanço superior face ao anterior fornecido pelo ministro a Administração Interna, Rui Pereira, no qual dava conta de 25 vítimas mortais, citando fonte da Autoridade Nacional de Protecção Civil no aeroporto de Figo Maduro, de onde parte esta tarde para a Madeira onde irá "fazer o diagnóstico da situação", Rui Pereira disse que já falou com o presidente do Governo Regional a quem manifestou o apoio imediato da tutela.
Ilha em alerta vermelho.
O território da Madeira está em alerta vermelho, o máximo da escala de quatro e que corresponde a uma situação de risco extremo, devido ao mau tempo.
As más condições atmosféricas acalmaram neste momento e a chuva deu uma trégua, deixando um rasto de destruição sobretudo nos concelhos do Funchal e na Ribeira Brava. Dezenas de carros arrastados, derrocadas, inúmeras inundações em casas, lojas e grandes edifícios públicos são o atual balanço do temporal desde a madrugada.
As circunstâncias em que ocorreram as mortes, são ainda desconhecidas. Há um número indeterminado de desalojados.
Está instalado o caos em muitas zonas da ilha. A chuva intensa afetou a circulação na via rápida e noutras vias de circulação, bem como o movimento no Aeroporto.
Os relatos de destruição sucedem-se, circular no Funchal é praticamente impossível, as ligações telefónicas são complicadas, pelo que as autoridades estão apelar para que as pessoas permaneçam em casa.
Derrocadas isolam habitantes.
O vereador responsável pelo pelouro do Ambiente na câmara municipal do Funchal, Costa Neves, disse à Agência Lusa que a população do Vasco Gil, uma localidade na zona alta da cidade, está isolada devido às derrocadas na estrada da Eira do Serrado, "onde a queda de barrancos torna a situação perigosa".
O autarca referiu que a circulação na zona oeste da cidade, onde existe a maior concentração de hotéis, também está complicada, visto que um dos ribeiros da zona do Amparo, nas novas avenidas daquela localidade, foi mal direcionado, transbordou e arrastou pedras até à estrada Monumental.
"A maior preocupação será na zona velha da cidade, onde há notícias de alagamentos em estradas e restaurantes, pois as condutas pluviais são mais planas", disse, falando da apreensão pelo facto das previsões apontarem para um agravamento destas condições atmosféricas até as 15h00.
"Tendo em conta a pluviosidade intensa desde as 5h00 horas, não há sistema pluvial que resista a tanta água e as grelhas não têm capacidade para tanta absorção", salientou Costa Neves.
Autoridades temem situação em Curral das Freiras.
A freguesia de Curral das Freiras, no concelho de Câmara de Lobos (Madeira), está isolada desde hoje de manhã, devido ao mau tempo que está a atingir a ilha, disse o presidente do município local, Arlindo Gomes.
Em declarações à Agência Lusa, o autarca explicou que a grande preocupação das autoridades, neste momento, é saber a situação dos cerca de quatro mil habitantes de Curral das Freiras, freguesia situada no centro da ilha.
"Não temos um ponto da situação do que se passará nesta freguesia porque está completamente isolada", indicou Arlindo Gomes, explicando que, desde do início do dia, as autoridades estão a tentar o contacto que, para já, se revelou infrutífero.
De acordo com o autarca, aquela freguesia situa-se "numa zona muito montanhosa e muito acidentada" da ilha, pelo que "existe algum receio que possam haver situações menos agradáveis".
Arlindo Gomes adiantou ainda que "estão no terreno todos os meios disponíveis", incluindo de empresas privadas que estão a colaborar com o município de Câmara de Lobos na desobstrução de alguns caminhos.
"Há muitas casas e estradas completamente destruídas, mas, neste momento, não tenho informação de vítimas mortais" no concelho, disse o autarca, indicando os danos naquela zona são "essencialmente materiais".
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