O Governo britânico pretende monitorizar os sites sociais como o Facebook, MySpace, Twitter e Bebo. A iniciativa faz parte do novo plano antiterrorista.
A decisão de controlar as conversas nos chats, anunciada pelo Ministério britânico da Administração Interna, está a gerar uma onda de protestos.
O Governo decidiu arquivar, numa base de dados, os perfis e diálogos de milhões de pessoas que utilizam redes sociais, como o FaceBook , o Myspace , o Twitter ou o Bebo .
O jornal "The Guardian" avança que a medida vai ser posta em prática nas próximas semanas, alcançando todas as redes sociais, incluindo o serviço telefónico da Internet, Skype .
O executivo britânico justifica a iniciativa alegando tratar-se de uma questão de segurança. "Não sabemos se Osama Bin Laden está a utilizar o FaceBook " ou se no Twitter ou Myspace se estão a organizar ataques terroristas. Daí a necessidade de controlar este tipo de sites", defendeu Vernon Coaker, ministro da Administração Interna.
Coaker explicou os pormenores do plano antiterrorista e anti-crime organizado durante uma reunião da comissão parlamentar sobre as directivas da União Europeia para o controlo da informação, realizada anteontem.
Depois da medida ter sido anunciada, vários grupos de defesa dos Direitos Civis protestaram, considerando a decisão "abusiva" e uma "intromissão" na vida das pessoas.
Lobby pelo Facebook
Uma notícia divulgada pelo jornal inglês "The Independent", afirmava que responsável pela privacidade do FaceBook, Chris Kelly, organizará um "lobby" para derrubar a proposta.
A ideia de "policiar" os sites sociais encontra-se no topo das propostas do Governo de Gordon Brown, que pretende arquivar informação sobre cada chamada telefónica, e-mail ou visita na Internet feita por qualquer cidadão dentro do país.
A polémica está instalada. Internautas, intelectuais e oposição acusam o executivo de totalitarismo, comparando-o ao "Big Brother" do livro "1984" de George Orwell. A iniciativa, defendem, atenta contra a liberdade e a privacidade.
Informações pessoais controladas
Tom Brake, legislador liberal democrático, advertiu que este plano permite obter informações muito pessoais. "É muito preocupante que agora estejam a pretender controlar as redes sociais que contêm informação muito privada, como a sua orientação sexual, crenças religiosas e opiniões políticas".
O ministério da Administração Interna defende que a preocupação não são os conteúdos dos chats, mas sim "quem, onde e quando" está a utilizar as redes sociais.
Pelo menos metade da população no Reino Unido - cerca de 25 milhões de pessoas - utilizam redes sociais na Internet. Só o FaceBook tem cerca de 17 milhões de membros, enquanto o Bebo dez milhões.
sexta-feira, 27 de março de 2009
Reino Unido vai controlar redes sociais.
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