De acordo com cientistas do Instituto Geológico dos Estados Unidos, dois terços dos 20.000 a 25.000 ursos vivos actualmente poderão desaparecer até 2050.
A sobrevivência dos ursos polares depende de um forte compromisso dos Estados do Árctico na luta contra o aquecimento do planeta, considerou o ministro do Ambiente norueguês, no primeiro dia de uma conferência internacional sobre ursos polares.
"A principal ameaça que pesa actualmente sobre os ursos polares vem das alterações climáticas", declarou Erik Solheim perante os representantes dos cinco países (Estados Unidos, Canadá, Rússia, Noruega, Dinamarca/Gronelândia) onde vivem ursos polares, reunidos em Tromsoe (norte da Noruega).
"Para conseguir preservar o importante ecossistema (dos ursos) devemos pôr fim ao aquecimento do planeta", disse.
A reunião de Tromsoe destina-se a reavivar um acordo de conservação dos ursos polares, que remonta a 1973 e que define essencialmente uma restrição da caça, e a examinar o documento à luz da nova ameaça climática.
Algumas estimativas prevêem que, sob o efeito do aquecimento, os gelos marinhos polares, terreno de caça indispensável do urso branco que aí persegue a foca, poderão derreter completamente no Árctico, na época de Verão, cerca de 2020.
De acordo com cientistas do Instituto Geológico dos Estados Unidos, dois terços dos 20.000 a 25.000 ursos vivos actualmente poderão desaparecer até 2050. Os restantes deverão estar concentrados no norte canadiano.
O encontro de Tromsoe ocorre nove meses antes da Conferência de Copenhaga sobre o clima, que tentará produzir um acordo pós-Quioto sobre as emissões de gases com efeito de estufa e que deverá, neste campo, decidir a sorte dos ursos polares.
"Espero que aqui se consiga um consenso para enviar uma mensagem forte aos negociadores sobre o clima", disse Solheim à margem da conferência.
"Não se trata de debater uma redução de 25 ou 30 por cento das emissões de gás com efeito de estufa mas é preciso lançar um aviso antes de Copenhaga: a situação no Árctico, simbolizada pelo urso polar, é muito grave", acrescentou.
Além de reconhecer a ligação existente entre a protecção dos ursos e o clima, a Noruega espera que a reunião de Tromsoe resulte num acordo de princípio entre os cinco Estados para a elaboração de um programa de acção comum e de maiores esforços contra outras ameaças.
A espécie também é vulnerável a substâncias químicas emitidas pelas actividades industriais e ao recrudescimento da actividade humana no Árctico (prospecção petrolífera, produção mineira, turismo, exercícios militares, transportes marítimos) devido ao recuo do gelo.
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