Um refrigerante light não tem calorias? Água à refeição engorda? O organismo precisa de bebidas com açúcar? Desfaça os mitos sobre bebidas.
1. Um refrigerante light está livre de calorias
Um refrigerante light significa que apresenta uma redução de, pelo menos 30% de determinada substância (calorias, açúcar, gordura, etc.), quando comparado com o produto original. O que não quer dizer que seja necessariamente pobre em calorias, por exemplo. Poderá diminuir o teor de gordura, mas se aumentar no açúcar, o valor energético será praticamente conservado.
2. O organismo precisa de bebidas com açúcar
Depende. Um organismo de diabético em hipoglicemia (baixos níveis de açúcar no sangue) precisa. Um atleta, como um maratonista ou ciclista, após um esforço intenso e prolongado, também pode beneficiar de uma fonte rápida de energia. Já antes da competição, não é boa estratégia, uma vez que a energia é tão rápida a chegar como a partir, levando a uma diminuição dos níveis de açúcar no sangue e consequente desconcentração e cansaço. À parte destes dois casos, o organismo não precisa de bebidas com açúcar. Existem estudos que as associam a cáries dentárias e diabetes tipo II.
3. Todas as águas engarrafadas como a água com gás, água tónica, água com sabores e a água mineral são ÁGUA.
Nem todas as “águas” são águas. É por isso que na prateleira do supermercado não estão (ou deveriam estar) todas juntas. A água não tem valor calórico, sendo recomendada cerca de 2 litros por dia, dependendo de acertos com a temperatura, prática de exercício e de outras condições, como complicações de saúde – febre e diarreia - que requerem uma reposição de líquidos.
Por outro lado, existem “águas” com nutrientes funcionais (ex: águas aconselhadas no controlo de peso, com fibras solúveis, cuja acção promove a saciedade, contribuindo assim para a perda de peso e a inibição da gordura). Em programas de emagrecimento, opte ainda por uma água com níveis inferiores a 20 mg de sódio por litro.
As “águas” com nutrientes funcionais podem ainda ser com ou sem valor calórico, com ou sem aditivos químicos e adoçantes. Moral da história: leia sempre os rótulos, as “águas” não são todas iguais.
4. Beber vinho em vez da cerveja não provoca “barriga de cerveja”
É um engano achar que o vinho contém menos calorias do que a cerveja. Mas também está muito enganado quem pensa que a culpa pela “barriga de cerveja” morre solteira. Um copo do vinho (15 cl) contém aproximadamente 130 calorias enquanto que uma garrafa da cerveja (33 cl) tem cerca de 150 calorias. Ou seja, o vinho contém mais calorias por centilitro. Regra geral, quanto mais doce é o vinho, mais açúcar e calorias tem. Seguindo o mesmo raciocínio para os licores - quanto mais forte é o sabor, mais são as calorias. A questão é que as calorias importam, mas nem por isso são fundamentais. O busílis da “barriga de cerveja” e de outras gorduras localizadas está no Índice Glicémico (IG). O IG indica a velocidade a que um hidrato de carbono é decomposto e faz subir os níveis de açúcar no sangue e a insulina. Ao optar por bebidas (ou alimentos) de baixo índice glicémico vai evitar picos de açúcar no sangue e eventuais acumulações de gordura em zonas do corpo, como o abdómen.
A cerveja tem de facto um índice glicémico mais elevado que o do vinho. O que faz justiça à expressão “barriga de cerveja”. Mas sempre que beber álcool, tenha em mente este conceito. Nenhuma bebida alcoólica será tão clara como água (o IG não se aplica à água, que não tem açúcar).
5. O café é a principal fonte de cafeína
Quem disse? Algumas bebidas, como o Red Bull, contêm tanta cafeína quanto o café. O chá e alguns refrigerantes também têm cafeína. Quando o consumo de cafeína é moderado, não tem implicações para a saúde. Existem até estudos que defendem benefícios para o coração. Está no entanto limitada a pessoas com hipertensão e a mulheres grávidas. A cafeína é um estimulante que pode aumentar o batimento cardíaco e a pressão arterial, podendo afectar o sono e provocar irritabilidade. Regra geral, recomenda-se não exceder dois cafés por dia, de preferência, sem açúcar.
6. Beber sumos de frutas é saudável.
Não é bem assim. Comer fruta é saudável. Mas quando diluída em sumo, tem mais calorias e perde ao nível da ingestão de fibras. As peças de frutas demoram mais tempo a ser digeridas e o açúcar é libertado mais lentamente comparando com os sumos que induzem elevações de glucose no sangue. Na verdade, um sumo de frutas é sumo açucarado. A British Dental Health Foundation alerta mesmo que beber ou comer fruta deveria estar limitado às horas das refeições e não ao longo do dia. Porque o açúcar (combinado com o ácido cítrico das laranjas ou ananás) atacam o esmalte dos dentes, o que requer algum tempo a recuperar.
7. Água à refeição engorda?
Não. É essencial a qualquer hora do dia. Hidrata, não tem valor calórico, é o principal composto do corpo e está envolvida no funcionamento de todo o sistema corporal. A não ser em situações específicas – quando os rins não conseguem excretar a água em excesso, por exemplo – casos de sobredosagem são raros em pessoas saudáveis.
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