Um inglês de 26 anos foi detido por suspeita de terrorismo, depois de comentar no seu perfil do Twitter que punha uma bomba no aeroporto de Doncaster caso o seu voo de férias fosse adiado. Houve quem não achasse piada e fizesse queixa à polícia.
Um homem foi detido sob suspeita de terrorismo por ter deixado no Twitter um comentário a dizer que iria pôr uma bomba no Aeroporto de Doncaster, em Inglaterra, caso o seu voo fosse cancelado.
Aborrecido com os cancelamentos provocados pela queda de neve, no dia 6 de Janeiro Paul Chambers comentou no seu perfil do Twitter a irritação com o possível adiamento de uma viagem à Irlanda, que tinha marcado para dali a dez dias. "O Aeroporto Robin Hood está fechado", escreveu Chambers, de 26 anos. "Têm pouco mais de uma semana para voltarem ao normal, senão rebento com o aeroporto".
Embora a maioria dos seus amigos tenha achado piada ao comentário, houve quem ficasse preocupado e alertasse as autoridades para a ameaça. No dia 13 de Janeiro, a polícia local foi bater à porta de Paul. "Quando me disseram quem eram, o meu primeiro pensamento foi que alguém da minha família tinha tido um acidente", contou Paula Chambers ao jornal "The Independent". "Depois disseram-me que eu estava sob suspeita de terrorismo e mostraram-me uma folha com uma impressão do que eu tinha escrito no Twitter. Nem queria acreditar".
De internauta a terrorista.
Chambers foi levado pela polícia, que o interrogou durante mais de sete horas e só o libertou mediante o pagamento de uma fiança. "Fizeram-me inúmeras perguntas sobre a minha vida pessoal e profissional e um dos inspectores repetia-me constantemente: Você percebe porque é que foi preso?", lembra Chambers. "Tive de lhes explicar o que era o Twitter porque alguns deles nem sequer sabiam do que se tratava, nem como funcionava".
O comentário foi apagado do seu perfil e o seu computador e o Ipod ficaram retidos pela polícia. Paul Chambers, que acredita ser a primeira pessoa a ser presa em Inglaterra nestas condições, ainda continua incrédulo com a situação: "Nunca, em mil anos, pensaria que podia ser preso por causa de um comentário na Internet".
Ao jornal "The Independent", Tessa Mayes, advogada inglesa, explica que fazer piadas sobre terrorismo é considerado crime, sendo "erradamente visto como intenção real de levar a cabo o acto". Sobre a actuação da polícia no caso de Chambers, frisa: "Dá vontade de rir e demonstra o desespero actual em combater as ameaças de terrosimo. Numa democracia, o nosso direito de podermos dizer o que nos apetece uns aos outros não deveria ser negociável... nem mesmo no Twitter".
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