Foram 15 dias passados sob os escombros até as equipas de socorro conseguirem encontrá-la. Estava em desidratação extrema, enfraquecida, com a tensão arterial em colapso – mas viva e falou e sorriu. Darlene Etienne, de 16 anos, foi salva cinco dias após o Governo haitiano oficialmente ter posto fim às operações de busca por sobreviventes do terramoto que deitou por terra Port au Prince.
“O estado dela é reservado mas está estável. Vamos pôr todos os meios ao dispor dela. Ela vai sobreviver. Tem a vida toda à frente dela”, afirmou o médico militar francês Michel Orcel, presente no local do resgate de Darlene. A jovem foi transportada por helicóptero para um barco da Marinha francesa dotado de uma unidade médica.
Darlene começou a ser resgatada por vizinhos no bairro Carrefour-Feuilles, na capital, os quais ouviram uma voz, fraca, vinda de sob as pedras. Respondendo ao apelo destes, as equipas de socorro francesas não viram de início senão o topo da sua cabeça. “Abrimos mais o buraco, comecei a falar com ela. Iniciamos logo a hidratação, por via intravenosa, e 45 minutos depois tirávamo-la para fora”, descreveu o médico-chefe da missão francesa no Haiti, Claude Fuilla. “Acho que ela não teria sobrevivido ali muitas mais horas”, sublinhou.
A jovem sobreviveu ao longo das duas últimas semanas graças a uma bolsa de ar contida dentro do betão e bebendo a água que restava de um banho que preparava quando foi surpreendida pelo terramoto. “Esteve ali desde a catástrofe. Sobreviveu a um desafio de vida louco. Vai recuperar lentamente até porque não apresentava quaisquer lesões inspiradoras de preocupação”, avançou o médico Orcel. “Ela dizia obrigado, obrigado, numa voz muito fraquinha. Estava muito feliz quando a tirámos. Perguntava pelos familiares”.
Já foram salvas dos escombros 135 pessoas desde o sismo de 12 de Janeiro, cuja contabilização de vítimas mortais ascende às 170 mil, de acordo com o Presidente haitiano, René Préval.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário