O Haiti foi abalado esta manhã por dois tremores de terra de média intensidade, 14 dias depois do sismo de magnitude 7 que fez milhares de mortos. O Serviço Geológico dos EUA detectou um tremor de magnitude 4,4 às 6h16 (hora local). Alguns moradores de Port-au-Prince e jornalistas da agência de notícias France Presse tinham sentido outro tremor uma hora antes.
"Às 5h, levantei-me e fui à rua. O tremor não foi muito forte, mas fiquei com medo mesmo assim", contou Felix Lundi, 63, que dorme no imenso campo de refugiados de Champ de Mars, uma famosa avenida da capital. "Não consigo acostumar-me aos tremores de terra. É sempre o mesmo sofrimento, toda gente fica com medo ", disse Edison Constant, comerciante, que sentiu o sismo das 6h15 na sua casa, no bairro Delmas.
Mais de 50 tremores secundários atingiram Port-au-Prince desde o terramoto do dia 12. O mais forte, registado na quarta-feira passada (21), atingiu intensidade de 5,9. O risco de fortes tremores secundários é elevado até 30 dias depois do terramoto, afirmou o USGS, avaliando em 25% a probabilidade de um ou mais tremores secundários de magnitude 6 durante este período. Qualquer tremor superior a 5 pode provocar sérios danos.
Em Port-au-Prince, cerca de 1 milhão de pessoas que ficaram sem ter onde morar depois do terramoto do dia 12. A necessidade mais urgente é conseguir condições dignas para se alimentar, beber água e dormir. Os sobreviventes da catástrofe têm a impressão de que a ajuda estrangeira é escassa. Nos precários campos de desalojados da capital, todas as pessoas entrevistadas confirmam passar fome. Ninguém sabe onde estão os locais de distribuição de água e comida, ainda não há nenhum acampamento com tendas de campanha. No restante do país, onde centenas de milhares de pessoas se refugiaram, as famílias tentam resolver a situação sozinhas.
Ainda não há um dado preciso do total de mortos. O balanço das Nações Unidas divulgado na passada segunda-feira indica um total de 112.250 mortos e outros 194 mil feridos. Já o governo haitiano confirmo que o número de mortos no país já atingiu 150 mil somente na região metropolitana da capital.
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