Em Hollywood, os monstros estão a ganhar terreno e dá ideia de que já obtiveram controlo mental da população humana local. A 20th Century Fox confirmou que vai ressuscitar a franchise Alien, com a ajuda do líder Ridley Scott, autor original do filme de culto de 1979.
O realizador inglês Ridley Scott, que desde recordes de bilheteira ao respeito dos colegas parece que já conseguiu as maiores proezas (salvo a obtenção do óscar), saltou para o projecto depois de a Fox ter desaprovado a sua escolha de realizador, Carl Rinsch. Como produtor, Ridley Scott queria Rinsch mas o estúdio deve ter-lhe feito uma oferta irrecusável e Ridley Scott é agora o novo realizador do Alien, The Prequel.Sim, a história vai regressar atrás, quando a nave espacial comandada pela capitã Ripley responde a um sinal de emergência vindo do espaço, percebendo tarde demais que o sinal não era um pedido mas um aviso que queria dizer 'mantenham-se longe porque, aqui, não há salvação'. Dado que é uma prequel, a actriz principal do costume, Sigourney Weaver, talvez não seja contratada para capitanear a nave de socorro. A actriz mais na linha de sucessão? Ellen Page, a nova cuspideira de fogo que já foi nomeada para o óscar de melhor actriz pelo filme Juno.
Quando o irmão de Ridley, Tony Scott, também ele realizador de sucesso comercial e crítico considerável, declarou há cerca de 3 meses que a ideia era contratar um desconhecido para reabilitar a série Alien - o novo Alien vai ser feito em colaboração com a companhia de produção Scott Free, propriedade dos irmãos cineastas - toda uma Internet de fãs raivosos se levantou em protesto. A acusação era a de sempre: a Fox é o estúdio mais popular e que pior recepção oferece aos visionários artísticos. E, também, claro, que o estúdio parecia estar mesmo determinado em maltratar uma das sagas mais excelentes que tem na caixa-forte.
Em 1979, combinando sangue e futuro, Alien arrebatou uma plateia de cineastas cansados da frieza distante que o cinema de ficção científica tinha adquirido em Hollywood. Stanley Kubrick, anos antes, atingira o clímax desse estilo barroco com o "2001: Odisseia no Espaço". O género, nos últimos tempos, parecia ter dado origem a mais efeitos especiais que ideias substanciais. A ficção científica transformara-se num estilo polido. Mas, em 1979, o choque do horror no meio das estrelas onde ninguém nos consegue ouvir: Ridley Scott é descoberto com o filme "Alien".
Foi imediatamente dado como o grande criador do novo horror cibernético e espacial, um estatuto que o filme "Blade Runner" confirma. Em vez de humanos com fatos hermeticamente futuristas e olhares vidrados pela desumanização, Scott contagiou o mito do futuro com objectos e pessoas que nos são familiares, deixando antever um futuro menos que perfeito, sim, mas ainda pautado pela moralidade, coragem e heroismos de carne, osso e muito sangue. Acompanhado por pausas silenciosas aterradoras como se o realizador estivesse a dar tempo à fera para se esconder ainda melhor, o seu estilo visual, cheio de azuis escuros e luzes brancas num abismo geralmente negro, contagiou mestres que vieram depois, caso de Michael Mann, um visualista que descreveu Ridley Scott como sendo um dos raros franco-atiradores infalíveis do cinema. Scott já viu um dos seus filmes, "Gladiador", receber o óscar de melhor do ano. Mas a Academia de Los Angeles continua a negar-lhe um elogio mais directo.
Plano de ressurreição.
A série Alien, depois de bem continuada por James Cameron e David Fincher, sofreu com o quarto filme, entregue ao realizador francês Jean Pierre Jeunet. O episódio derradeiro apresentou a Warrant Officer Ripley clonada depois da morte no filme anterior. Winona Rider, como combatente feroz, espetou no caixão da aventura o último prego. O filme foi um fracasso relativo. Desde então, como se fosse um animal de circo já nas últimas, a Fox deixou que o "Alien" de Ridley Scott fosse emprestado a duas spin offs em que a mãe alien predadora se bate com o Predator, outro monstro espantoso feito em Hollywood.
No plano de ressurreição da série "Alien", Scott era para cuidar "apenas" da pasta da produção, com a operação diária do filme entregue a Carl Rinsch, um realizador de publicidade televisiva que, apesar de bem versado em velocidades visuais, era considerado de alto risco dado que esta jogada comercial da Fox está a ser efectuada com orçamentos de vulto.
Com o sucesso do "Wolverine", a Fox percebeu que o mercado não chegou ainda ao ponto de saturação no que respeita a super-heróis. Além deste sinal encorajador, o público feminino tem, paralelamente, mostrado uma força imprevisível. Ou seja: tinha chegado o momento de reabilitar a série "Alien", uma das maiores sagas que mistura o fascínio do espaço e da guerra lutada, claustrofóbicamente, num palco limitado do qual não há saída. No meio disto, o enorme poder feminino, representado por duas fêmeas, uma humana e a outra com mais dentes.
Ridley Scott está neste momento a terminar o filme Robin Hood, com o actor preferido Russell Crowe a fazer de justiceiro que rouba aos ricos para dar aos pobres. Cate Blanchett, depois da recusa de Sienna Miller, veste as vestes de Maid Marian.
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