Cerca de 700 pessoas foram detidas esta tarde, à margem de uma marcha que levou entre 30 mil e cem mil defensores do clima às ruas de Copenhaga para pedir um novo acordo mundial ambicioso.
Trinta mil pessoas segundo a polícia, cem mil segundo os organizadores, desfilaram ao frio da capital dinamarquesa, que recebe até 18 de Dezembro os delegados de 193 países que querem encontrar um novo acordo mundial que entre em vigor a 1 de Janeiro de 2013.
O cortejo partiu do Parlamento e dirigiu-se para o Bella Center, onde decorrem as negociações. A marcha deteve-se a 500 metros do centro, sem tentar forçar a entrada.
Cerca de meia hora depois do começo da marcha, um grupo de centenas de manifestantes, vestidos de preto e munidos com tijolos e martelos, destruiu as montras de várias lojas. Um polícia ficou ferido e quatro viaturas foram incendiadas.
Segundo a polícia, tratam-se de membros dos Blacks Blocs, grupos ultra-violentos que também intervieram na cimeira da NATO em Estrasburgo, em Abril.
Manifestantes que vieram de todo o mundo.
A marcha contou com uma maioria de europeus, mas também vieram pessoas da China, da Coreia do Sul e de vários países africanos.
De manhã, cerca de três mil pessoas, a maioria com impermeáveis azuis, formaram um primeiro grupo que se reuniu em Copenhaga respondendo a um apelo da organização Amigos da Terra. A ideia era formar “marés azuis” pela “justiça climática”.
“Hoje, descemos às ruas para pedir o pagamento da dívida ecológica em favor do Sul”, explicou Lidy Nacpil, activista das Filipinas.
“Já não podemos continuar a dizer que temos tempo”, disse a cantora do Benim Angélique Kidjo. “Há rios que secam em África, há cursos de água onde já podemos andar, algo que nunca foi possível. É agora ou nunca”, disse, à margem da manifestação.
Manifestação extravasa Copenhaga.
Não foi apenas em Copenhaga que as pessoas se manifestaram pelo clima.
Cerca de uma centena de pessoas acendeu velas esta tarde na Praça do Rossio, em Lisboa, a pedir um acordo vinculativo na conferência sobre as alterações climáticas, que decorre em Copenhaga, Dinamarca.
“O mundo não está sensibilizado para a gravidade do problema”, disse Mário João Regalado, de 41 anos, destacando que há mais gente a fazer compras nas lojas do que a manifestar-se por um acordo em Copenhaga.
Mário Regalado resume o sentimento de alguns dos participantes: “Estamos insatisfeitos com a forma como os governos nos representam. Estão 150 pessoas a negociar em Copenhaga e nós, as pessoas, somos seis mil milhões”.
Ao longo do dia de hoje, realizaram-se pelo menos dois eventos em locais diferentes da cidade de Lisboa a alertar para a mesma causa.
Cerca de 50 mil pessoas marcharam em várias cidades da Austrália; em Manila, centenas de activistas passaram em frente ao edifício da câmara local. Em Hong Kong, centenas de manifestantes reuniram-se para exigir uma acção contra as alterações climáticas.
Em França, as manifestações organizadas pela rede 350 reuniram centenas de pessoas em Paris, Marselha, Lille, Bordéus e Lyon.
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