Horas antes do discurso em que Barack Obama vai anunciar a sua nova estratégia para a guerra afegã os europeus com tropas no terreno enviaram-lhe sinais diferentes. Os comandantes pediram a Obama 40 mil soldados: para isso ele precisa dos aliados.
Segundo diferentes responsáveis e fontes, a Administração norte-americana pediu 5 a 10 mil homens aos parceiros da NATO. O Reino Unido, que é o país com o segundo maior contingente, vai enviar pelo menos mais 500, enquanto a Polónia fez saber que enviará “algumas centenas”. “Obama renovou o pedido do secretário-geral [da NATO, Anders Fogh Rasmussen] à Polónia, como aos outros países europeus”, disse à televisão TVN24 o chefe do Governo, Donald Tusk.
De Paris veio a garantia de que não seguirão mais tropas de combate, mas poderão ser enviados intrutores militares. A Alemanha, país a que Washington terá pedido mais 2000 soldados, explicou que só vai decidir-se quanto a reforços “depois da conferência sobre o Afeganistão, marcada para 28 de Janeiro em Londres”.
Já a Itália, país com o sexto maior contingente, disse estar disponível para um reforço. “É evidente que a Itália deve concluir o trabalho começado com a NATO e contribuir mais, se for preciso”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Franco Frattini.
Em Lisboa, à saída da Cimeira Ibero-Americana, o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, disse aos jornalistas que tinha prevista para dali a umas horas uma conversa telefónica com o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Segundo o jornal "El País", também Zapatero dirá “sim” a Obama. Madrid tem mil soldados no Afeganistão.
A nova estratégia de Obama vai incluir um reforço militar – os soldados vão começar a chegar em Janeiro e no Verão devem estar no terreno 100 mil norte-americanos –, mas também uma estratégia de saída. O Presidente tem dito que quer acabar a guerra antes de deixar a Casa Branca, mas ontem um alto responsável da Administração disse aos jornalistas em Washington que o discurso aos norte-americanos não incluirá uma data de retirada.
Provavelmente isso também não fará parte da sua intervenção, marcada para as 20h00 (locais, 1h00 em Lisboa), mas os EUA são favoráveis à existência de um “coordenador civil” para apoiar o Governo de Hamid Karzai, confirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Ian Kelly.
Em causa está um cargo há muito debatido, que os aliados (e os próprios afegãos) consideram que faria sombra a Karzai. Segundo escreveu o jornal "The Guardian", o enviado de Obama para o Afeganistão e o Paquistão, Richard Holbrooke, tem insistido na nomeação de um “alto representante” que seria uma sombra do executivo.
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