Termina assim o caso que comoveu a Itália e tem sido alvo de uma intensa batalha judicial e política há mais de 10 anos.
A clínica anunciou em Janeiro estar pronta para acolher Eluana e cuidar dela nos seus últimos dias, até suspender de vez a alimentação e hidratação artificial que ainda a prendem à vida. A decisão foi tomada apesar de todas as pressões da Igreja Católica, do Vaticano e do Governo de Sílvio Berlusconi.
"Parem este assassínio", lança o cardeal Javier Lozano Barragan, do Vaticano, citado pelo jornal "La Repubblica". Segundo o cardeal, "interromper a alimentação e a hidratação de Eluana equivale a um abominável assassínio e a Igreja não parará de reclamar em voz alta (...) Não vejo como se poderia definir de outra forma o facto de não alimentar alguém", declara o cardeal.
Evocando a decisão judicial que autoriza a cessação da alimentação, confirmada pelo Supremo Tribunal de Justiça italiano em Novembro, o cardeal Barragan explica que "a posição da Igreja, que defende a vida, mantém-se a mesma e não pode mudar devido a um veredicto de juízes".
No passado domingo, Bento XVI abordou o assunto ao considerar a decisão de acabar com a vida de Eluana Englaro como uma "eutanásia inaceitável". O Papa sublinha que a eutanásia é uma "solução falsa para o drama do sofrimento" e que se trata de um acto "indigno do homem".
Eluana encontrava-se internada numa clínica em Milão, desde a altura em que um acidente rodoviário a deixou em coma. O pai sempre se manifestou favorável à decisão de acabar com a vida da filha, porquanto esta, antes do acidente, sempre "manifestou claramente que pretendia morrer caso ficasse em estado de coma ou num estado vegetativo".
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