Pelo menos 84 pessoas morreram devido aos incêndios florestais que estão a devastar o sudeste da Austrália, e que já são os mais mortíferos de sempre, anunciou hoje a polícia.
Os incêndios alastram desde sábado em três estados do sudeste do país, sendo Victoria a região mais atingida pela catástrofe.
Um balanço anterior apontava para a existência de 65 mortos, e as autoridades reconhecem que os números poderão agravar-se, uma vez que muitos dos feridos sofrem de ferimentos graves.
Por outro lado, existem localidades fortemente atingidas pelas chamas onde a polícia e os bombeiros não conseguiram entrar, desconhecendo-se a situação de alguns moradores, o que leva as autoridades a reconhecer que os números de vítimas podem subir.
Com este novo balanço, estes incêndios são já considerados os mais mortíferos de sempre. Os fogos de 1983, que ficaram conhecidos como a «Quarta-feira de Cinzas», mataram 75 pessoas no estado de Victoria e no sul do país. O mesmo estado foi afectado também por intensos fogos em 1939, altura em que morreram 71 pessoas, na chamada «Sexta-feira Negra».
Ventos violentos atiçaram este fim-de-semana mais de 50 incêndios que se propagaram desde sábado nos Estados de Victoria, Nova Gales do Sul e aos arredores da capital, Camberra, onde a temperatura atingia hoje valores da ordem de 46 graus Celsius.
Dados divulgados pela polícia de Victoria, cerca das 20:30 (08:30 em hora de Lisboa), apontam para 750 casas destruídas e 330 mil hectares queimados.
Muitas das vítimas foram encontradas carbonizadas dentro dos carros, tendo sido apanhadas pelas chamadas quando tentavam fugir.
A polícia já reconheceu que alguns dos fogos podem demorar semanas a controlar e um bombeiro que está na zona disse que a frente de fogo tem várias centenas de quilómetros.
A zona mais atingida é Kinglake, situada a 80 quilómetros a norte de Melbourne, onde 550 casas foram destruídas e foram registadas 63 mortes.
As autoridades australianas prometeram punir severamente os incendiários que, segundo pensam, contribuíram para o início dos fogos.
«Alguns incêndios começaram em localidades onde só podiam ser ateados de propósito, nunca provocados por causas naturais», declarou um alto responsável da polícia do Estado de Victoria, Kieran Walshe.
A maioria das mortes ocorreu a noroeste de Melbourne, a segunda maior cidade do país e capital do Estado de Victoria, onde as chamas alastraram a bairros habitacionais inteiros e onde os incêndios continuam hoje fora de controlo.
Os responsáveis afirmam que as condições meteorológicas são piores este ano, devido a uma seca muito propícia à propagação dos incêndios.
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