segunda-feira, 22 de junho de 2009

Más notas e namoros de Verão levam jovens a fugir de casa .

"São desaparecimentos de curta duração que duram em média dois a três dias, até ganharem coragem para dizer aos pais as notas que tiveram", disse à Lusa Ramos Caniço, da Polícia Judiciária.

Os maus resultados escolares e os namoros de Verão são as principais causas do desaparecimento temporário dos adolescentes, um fenómeno a que a Polícia Judiciária assiste anualmente no início das férias escolares.

Em entrevista à Lusa, o director da Unidade de informação de Investigação Criminal da Policia Judiciária explicou que o mês de Junho regista sempre "um boom" de desaparecimentos de adolescentes entre os 13 e os 18 anos.

Só na passada semana a PJ recebeu 16 participações de desaparecimentos de adolescentes o que indica que está a começar um fenómeno sazonal já bem conhecido desta polícia.

"São desaparecimentos de curta duração que duram em média dois a três dias, até ganharem coragem para dizer aos pais as notas que tiveram", disse Ramos Caniço.

Além dos maus resultados escolares também os namoros de Verão contribuem para este fenómeno.

Normalmente, adiantou, estes casos resolvem-se por si, mas são sempre encarados pela polícia como um desaparecimento pelo que os procedimentos adoptados são os mesmos, não existindo nenhum tempo de espera: a busca inicia-se imediatamente após a participação do caso.

Investigação começa no segundo seguinte à participação.

"A 'história' de esperar 24 horas como já li por aí não existe. Não tem qualquer tipo de fundamento legal nem operacional. Nada na lei diz que é possível diferir no tempo o início da investigação. Esta começa no segundo seguinte à participação" frisou.

A definição técnica de um desaparecimento, explicou Ramos Caniço, é quando uma determinada pessoa deixa de praticar a sua rotina normal e nestas situações ninguém deve esperar para fazer a participação às autoridades.

Qualquer órgão de polícia criminal tem obrigação de começar a investigar imediatamente um desaparecimento: "Temos de ver porque deixou de praticar a sua rotina diária, se surgiram novas companhias ou se estavam deprimidos. Temos de encarar todas as hipóteses. Cada caso é um caso", disse.

O fenómeno do desaparecimento de jovens nesta altura do ano não tem vindo a diminuir mas segundo o director da Unidade de informação de Investigação Criminal da Policia Judiciária também não aumentou.

Esta unidade na área de Lisboa tem uma brigada que trabalha só nesta área dos desaparecimentos, mas em caso de necessidade é feito um reforço que até hoje não foi necessário.

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