O presidente do Instituto Português do Sangue reafirma que homossexuais não podem ser dadores, porque têm mais probabilidades de serem portadores de doenças. O Ministério da Saúde assumiu por escrito a decisão.
"Nós não temos nada contra os homossexuais, cada um faz o que entender, mas dar sangue não é um direito. O direito é receber sangue seguro, e isto sobrepõe-se a qualquer outro direito", afirma ao Expresso Gabriel Olim, à margem da apresentação de uma campanha de recolha de sangue que decorrerá no Algarve, de 3 a 31 de Agosto.
Gabriel Olim garante que desde os anos 80, quando começaram a aparecer em maior número os casos de SIDA, que a prática foi assumida pelos bancos de sangue a nível internacional e que posteriormente vários estudos científicos apontaram no mesmo sentido: os homens que praticam relações sexuais com outros homens são mais infectados com doenças como a gonorreia, clamídia, sífilis e o papiloma vírus, pelo que são de imediato excluídos do grupo de dadores.
Olim afirma que a questão sobre a orientação sexual é sempre colocada a cada novo dador, tal como se pergunta aos heterossexuais se tiveram algum novo parceiro nos últimos seis meses: "Quando perguntamos isso a um heterossexual e ele diz que sim, explicamos-lhe que não pode dar sangue e eles aceitam, agora experimente dizer o mesmo a um homossexual e ele acusa-o logo de estar a praticar discriminação", afirma o presidente do IPS. "Trata-se, se quiser, de uma discriminação mas de forma positiva, no fundo de uma selecção", acrescenta.
Gabriel Olim refere que o IPS está neste momento a estudar de que forma um homem homossexual poderá vir a ser dador, caso não tenha tido práticas sexuais recentemente. Olim exemplifica: "Por exemplo, um rapaz que tenha sido alvo de abuso sexual. Nessa altura, não pode ser dador, mas uns anos depois, se não incorrer na prática desses actos sexuais porque é que não pode dar sangue? O que estamos a tentar determinar é quanto tempo depois será seguro admitir essas pessoas como dadores", afirma.
A questão foi hoje de novo levantada pelo Bloco de Esquerda, após um requerimento do deputado João Semedo acusando os serviços de sangue do Hospital de Santo António de "práticas discriminatórias". Em resposta, o Ministério da Saúde fez saber por escrito que os os homossexuais estão excluídos da dádiva de sangue, como forma de "eliminar dadores com comportamentos de risco e não dada a sua orientação sexual".
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