quinta-feira, 4 de março de 2010

Alerta de tsunami voltou a causar o pânico no Chile.

Um alerta de tsunami causou novo pânico no litoral do Chile, quatro dias depois de o país ter sido devastado por um sismo de 8,8 na escala de Richter que causou pelo menos 799 mortos.

Muitas pessoas correram, assustadas, apesar dos apelos à calma feitos pelos militares, mas o alerta acabou por ser retirado algum tempo depois, adiantou a AFP. O sismo de sábado já teve mais de 200 réplicas.

A mobilização de cerca de 14.000 militares trouxe alguma calma às regiões afectadas pelo sismo, mas na noite de hojeforam detidas 35 pessoas por não respeitarem o recolher obrigatório em Conceição, a cidade mais atingida. Na véspera tinha havido 85 detenções naquela região, adiantou o diário El Mercurio.

De um edifício de 14 andares, que ruiu por completo em Conceição, as equipas de resgate conseguiram tirar 78 sobreviventes, mas ainda faltava terminar as buscas em 20 apartamentos e havia seis pessoas desaparecidas. “Temíamos que uma centena de pessoas tivesse morrido neste edifício, mas o número é muito menor”, disse o comandante dos bombeiros locais, Juan Carlos Subercaseaux, citado pelo El País.

“A rede de distribuição está operacional e a parte principal da ajuda começou a ser distribuída”, afirmou Cármen Fernandez, directora do centro nacional de emergência.

A oito dias de tomar posse, o Presidente eleito Sebastián Piñera, que substituirá Michelle Bachelet a 11 de Março, anunciou que o futuro Governo do Chile está a avaliar a extensão da catástrofe para depois resolver o mais rapidamente possível as questões de ordem pública, a falta de água e de electricidade.

Só em Conceição estão cerca de 7000 militares para evitar as pilhagens, mas nesta cidade haverá ainda cerca de 500 desaparecidos.

Michelle Bachelet disse que a economia chilena será “duramente afectada” pelo terramoto. “A agricultura, o comércio e o turismo foram os sectores mais atingidos na região litoral de Maule e Bio Bio”, adiantou a Presidente chilena numa conferência de imprensa em Santiago. Alguns analistas estimam que os danos causados serão de 15 mil milhões a 30 mil milhões de dólares.

“Não há carência de comida e devemos manter a calma. Também há combustível suficiente”, garantiu Bachelet. A situação em Conceição “está controlada”, mas a Presidente do Chile reiterou que serão tomadas “as medidas necessárias” para evitar as pilhagens.

A ajuda internacional começou a chegar após a reabertura parcial do aeroporto de Santiago. Depois de a secretária de Estado norte-americana, Hilary Clinton, ter levado ao Chile telefones-satélite e anunciado o envio de um hospital de campanha, o Presidente Peruano, Alan Garcia, enviou também três aviões com um hospital de campanha e médicos.

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