O autor confesso da conspiração para os atentados do 11 de Setembro de 2001, Khalid Sheik Mohammed, poderá afinal vir a ser julgado por uma comissão militar e não por um tribunal civil de Nova Iorque, cono determinara o Departamento de Justiça.
O jornal “The Washington Post" dizia que Casa Branca admite recuar na sua posição e manter Khalid Sheik Mohammed sob jurisdição militar – conforme reclama a bancada republicana no Congresso e também muitos legisladores democratas. Mas a Casa Branca, em comunicado, respondeu que pode levar ainda "semanas" a decidir o que fazer com os detidos por ligação com os atentados do 11 de Setembro.
A cedência, prossegue o diário da capital, permitirá à Administração ultrapassar as objecções dos legisladores e avançar com o processo de encerramento do campo militar de Guantánamo de forma mais expedita.
A decisão de julgar o auto-proclamado responsável pelos ataques terroristas de 11 de Setembro num tribunal federal civil, a poucos quarteirões do antigo World Trade Center, foi anunciada em Novembro do ano passado.
“Não há nenhuma razão para termos medo de Khalid Sheik Mohammed. As nossas instituições são fortes, as nossas infra-estruturas são robustas, a nossa determinação é firme e a nossa população está preparada”, justificou o procurador-geral Eric Holder, que foi apoiado pelo Presidente Obama.
Mas as intenções da Administração esbarraram na intransigência dos legisladores, que argumentam que todos os acusados de ataques contra os Estados Unidos devem permanecer sob a alçada militar.
Os planos do Presidente, que tinha dado um prazo de um ano para o encerramento de Guantánamo (prazo este que foi já ultrapassado), complicaram-se quando o Congresso recusou votar uma lei com o financiamento dessa operação. Ao mesmo tempo, vários estados aprovaram leis inviabilizando a transferência de prisioneiros daquela prisão militar para o seu território.
O objectivo de julgar Khalid Sheik Mohammed em Nova Iorque também ficou comprometido depois das autoridades daquela cidade terem apresentado uma factura de cerca de 200 milhões de dólares a título de estimativa dos custos com a segurança. O mayor Michael Blooomberg, que originalmente tinha apoiado a decisão de Holder, escreveu-lhe a dizer que o julgamento tinha o potencial para ser “francamente disruptivo” para a vida normal da cidade.
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