domingo, 25 de outubro de 2009

Mãe do rapaz do balão admite "golpe publicitário"

A mãe do rapaz que durante horas se julgou estar dentro de um balão a hélio perdido nos céus do Colorado admitiu que o incidente não passou de um embuste destinado a promover a família Heene. É o que mostram os documentos de tribunal tornados públicos nos Estados Unidos.

Segundo as transcrições, Mayumi Heene terá dito às autoridades que ela e o marido "sabiam durante todo o tempo" que o filho, Falcon, de seis anos, estava escondido em casa. E ambos terão dito aos três filhos para mentirem.

O aparente desaparecimento de Falcon, no dia 15 deste mês, deixou os norte-americanos suspensos - ambulâncias tentavam seguir o balão por terra, enquanto um helicóptero com uma câmara ia seguindo o balão pelos céus. As televisões dos Estados Unidos fizeram directos intermináveis, o mesmo acontecendo em muitos países do mundo.

O Presidente, Barack Obama, terá mesmo interrompido uma comunicação sobre o furacão Katrina porque ninguém queria perder o rasto ao rapaz.

Os documentos mostram que os pais prepararam o golpe cerca de duas semanas antes. "Ela e o marido instruíram as três crianças para mentirem às autoridades tal como aos media sobre o golpe", diz-se. Mas o pai, Richard Heene, continua a negar qualquer embuste e os advogados de ambos dizem não ter tido acesso a estas transcrições antes da sua divulgação.

Foi o pai, Richard, que telefonou à polícia e às televisões a avisar que o filho tinha entrado no balão depois de toda a família ter estado no quintal a testá-lo, ao mesmo tempo que filmavam os preparativos. Mas quando o balão finalmente atingiu o solo, Falcon não estava lá dentro. Seguiram-se buscas à casa da família e chegou a pensar-se que o rapaz caíra durante o voo. Até que ele saiu de um quarto de arrumações.

Mais tarde, durante uma entrevista à CNN, Richard perguntou a Falcon se não tinha ouvido os gritos preocupados dos pais à sua procura. "Disseste que fizemos isto para um espectáculo", respondeu o rapaz.

O xerife do condado de Larimer, Jim Aldernen, afirmou que vai recomendar acusações de conspiração, declarações falsas às autoridades e de contribuição para a delinquência de um menor. Algumas das acusações podem acarretar uma sentença de seis anos de prisão e uma multa de mais de 300 mil euros.

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