quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Autoridades consideram que pena de morte não diminuiu o crime.

A aplicação da pena de morte nos EUA não conseguiu reduzir a violência criminal - é a convicção da maioria das autoridades policiais, segundo um relatório oficial do Centro de Informação da Pena de Morte hoje divulgado.

O relatório conclui que a pena de morte se converteu num desperdício orçamental para os estados que mantêm essa forma de punição criminal.

"Com tantos estados que gastam milhões de dólares para manter a pena de morte e quase nunca ou poucas vezes a aplicam, o castigo converteu-se numa forma onerosa de prisão perpétua", afirmou Richard Dieter, director do CIPM e autor do relatório.

Em muitos casos, a espera da execução pode prolongar-se por mais de dez anos e, actualmente, segundo os dados do CIPM, estão 3297 condenados nos corredores da morte à espera de execução.

Dieter acrescentou que com os actuais défices orçamentais, a pena de morte não pode furtar-se a uma reavaliação, "juntamente com outros esbanjamentos de outros programas governamentais que não têm o mínimo sentido".

O relatório cita o caso da Califórnia, um estado que gasta 137 milhões de dólares por ano com a pena de morte e não realizou uma única execução nos últimos quatro anos.

Na Florida, onde os tribunais perderam cerca de 1tiças irreparáveis e da ausência, por parte dos acusados, de recursos para uma defesa competente.

O castigo é principalmente aplicado através de uma injecção letal, mas o método tem sido objecto de críticas.

Só em 2009, 11 estados debateram projectos legais para derrogar esta pena.

Ao anunciar este ano a derrogação, o governador do Novo México, Bill Richardson indicou que não poderia suportar a sua consciência se viesse a saber que no seu estado se tinha condenado um inocente.

A pena de morte, cuja restauração foi apoiada por 80 por cento da população, viu o seu apoio reduzido a menos de 60 por cento, segundo as últimas sondagens.

Por outro lado, segundo o relatório, um inquérito a 500 chefes de polícia apurou que 57 por cento consideram que a pena de morte não reduz o crime violento, porque os seus autores raramente têm em conta as consequências do crime.

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