Três estados norte-americanos proclamaram até agora o estado de emergência devido ao gigantesco derrame de petróleo no Golfo do México, onde uma crescente maré negra originada pelo naufrágio de uma plataforma de exploração se está a aproximar da costa meridional.
O alerta crescente surgiu numa altura em que se prevê um agravamento do estado do tempo e marés excepcionalmente altas, durante os próximos dias, prejudicando todos os esforços de se conter o grande lençol de petróleo que avança sobre o Luisiana, a Florida e o Alabama.
O pessoal que se dedica a combater este desastre ecológico tem estado a desdobrar quilómetros e quilómetros de barreiras insufláveis, numa esperança quase vã de combater a maré negra. Mas os ventos fortes e os mares alterosos já destruíram algumas dessas barreiras, atirando com elas para terra.
Enquanto isto, começou a anunciar-se que a empresa britânica que operava a plataforma em causa, a BP, não tinha quaisquer planos de emergência para uma situação destas, que ameaça os frágeis habitats de vida selvagem existentes no litoral.
Um relatório encomendado pela própria British Petroleum (BP) chegara à conclusão de que seria improvável qualquer incidente deste género, levando a administração da mesma a entender que um desastre ecológico no Golfo do México era algo praticamente impossível.
Os apelos a uma rápida acção contra a multinacional britânica estão a ser dirigidos pela secretária norte-americana da Segurança Interna, Janet Napolitano, mas o próprio Presidente Barack Obama e o governador do Luisiana, Bobby Jindal, também já criticaram a inconsciência verificada.
Perto de 5.000 barris diários de petróleo estão a ser vertidos para o mar desde que a plataforma Deepwater Horizon explodiu e se afundou. E só agora é que o presidente do Conselho de Administração da BP, Tony Haywood, se encontra a caminho do Louisiana, para coordenar pessoalmente as tentativas de se minimizarem os efeitos daquilo que não se conseguiu evitar.
São agora milhares os trabalhadores mobilizados nos três estados afectados para tentarem limpar a maré negra e proteger os bancos de pescas e todos os habitats de vida selvagem. Só o governador do Louisiana foi autorizado a recorrer a pelo menos 6.000 soldados da Guarda Nacional para esta ciclópica tarefa.
A Casa Branca anunciara ontem que não daria luz verde a explorações de petróleo em novas áreas até se finalizar o inquérito ao derrame do Golfo do México, onde a mancha do crude derramado poderá destruir locais de nidificação de algumas espécies.
Este acidente, ocorrido a 20 de Abril, poderá custar no mínimo centenas de milhões de dólares à multinacional BP, nome adoptado em 1954 pela antiga Anglo-Persian Company, fundada em 1904 e que tem a sede em Londres.
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