Direção da "Playboy portuguesa manifesta "todo o apoio" à professora de Mirandela que posou nua na edição de maio e diz que o seu afastamento das funções de docente causa "alguma estranheza".
A direção da edição portuguesa da revista "Playboy" manifestou hoje "todo o apoio" à professora de Mirandela que colaborou na edição de maio e considerou que o afastamento da docente das funções letivas causa "alguma estranheza".
Bruna real, professora de 27 anos, participou numa produção para a revista "Playboy" em que contracena nua com outra mulher, uma situação que provocou muita polémica no concelho de Mirandela.
Alertada para a situação por parte do Agrupamento de Escolas de Torre de Dona Chama, onde a docente era a responsável pelas Actividades Extra Curriculares (AEC), a vereadora do pelouro da Educação, Gentil Vaz, decidiu afastar na sexta feira a funcionária das actividades letivas e do contacto com os alunos e pais.
A contratação dos professores das AEC é da responsabilidade do município.
Bruna Real começou a exercer as suas novas funções segunda feira, no arquivo municipal de Mirandela.
"Liberdade das mulheres sobre o seu corpo".
Em comunicado, o diretor da Playboy Portugal, João Espírito Santo de Araújo, disse hoje que o afastamento da docente da escola causou "alguma estranheza", mas, acrescentou, "não é à "Playboy" que compete julgar as decisões da câmara de Mirandela, ou dos seus responsáveis, e sim aos munícipes".
"Se, contudo, a decisão de impedir uma profissional de exercer as suas funções for baseada única e exclusivamente no facto de a Bruna ter posado para a "Playboy", não só nos parece uma decisão injusta como também parece uma atitude de censura pouco compatível com uma sociedade que promove a igualdade entre sexos e a liberdade das mulheres sobre o seu corpo", refere-se ainda no comunicado.
João Espírito Santo de Araújo manifesta ainda "algum espanto" pelo facto de, num mês em que "os portugueses sofrem duras penalizações com a subida de impostos", em que a "Playboy" "expõe os contornos duvidosos do caso BPP" ou uma reportagem fala "sobre o tráfico de diamantes de sangue em Portugal, o mediatismo recaia sobre uma profissional exemplar e acarinhada que nada mais fez do que participar num ensaio fotográfico".
"Alarme social", diz vereadora.
A vereadora da Câmara de Mirandela Gentil Vaz referiu que a autarquia foi obrigada a tomar uma medida por causa do "alarme social" provocado pela notícia e por causa do "ambiente desagradável" que se instalou na escola de Torre de Dona Chama.
A responsável disse ainda que o caso vai ser analisado pelos serviços jurídicos da autarquia, já que, segundo explicou, legalmente esta situação não está enquadrada em lado nenhum, nem no Estatuto da Carreira Docente.
O contrato da funcionária termina a 30 de junho e se ela quiser voltar a dar aulas nas AEC terá que se sujeitar a um novo concurso.
Grupo de apoio no Facebook já tem mais de 50 mil membros.
Abordada pelos jornalistas na segunda feira, Bruna Real não quis prestar declarações alegando que só o fará depois o município concluir o processo de averiguações que está em curso. O grupo de apoio à professora de Mirandela criado na rede social Facebook já conta com 51.754 membros.
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