Faisal Shahzad, de 30 anos, o cidadão norte-americano de origem paquistanesa suspeito da autoria do atentado falhado com um carro armadilhado em Times Square (Nova Iorque), foi hoje formalmente acusado de acto de terrorismo, incluindo a tentativa de fazer explodir uma arma de destruição maciça. Presente a tribunal, depois de ter sido detido quando se preparava para viajar para o Dubai, o suspeito admitiu ter recebido treino para o fabrico de bombas no Paquistão.
Inicialmente Shahzad disse aos investigadores que actuou sozinho e negou qualquer ligação a grupos radicais no Paquistão, mas ontem foram feitas várias detenções naquele país, entre elas a de um amigo de Shahzad, adiantou à Reuters uma fonte dos serviços de segurança paquistaneses em Carachi.
O procurador-geral dos EUA, Eric Holder disse que o suspeito já forneceu “informações úteis às autoridades” e disse que a bomba – botijas de gás propano, fogo-de-artifício e 20 litros de gasolina encontrados num jipe Nissan Pathfinder – poderia ter causado várias mortes. Ontem foi também revistada a casa de Faisal Shahzad em Bridgeport, no estado de Connecticut.
O Presidente norte-americano Barack Obama salientou que os EUA “não se deixarão aterrorizar” por esta ameaça, a mais grave desde que, no passado dia de Natal, um homem com explosivos foi detido num avião que seguia de Amesterdão para Detroit.
O atentado falhado tinha já sido reivindicado pelos taliban no Paquistão, embora as autoridades norte-americanas tenham posto em causa que fosse essa a autoria do ataque. “À medida que avançamos estamos a concentrar-nos não só na procura dos responsáveis como também na busca de informações sobre organizações terroristas no estrangeiro”, adiantou Holder. Sabe-se que Shahzad regressara há pouco tempo de uma visita de cinco meses ao Paquistão e que tinha obtido a nacionalidade norte-americana no ano passado.
“Ele admitiu que comprou o jipe, juntou o material, pôs tudo no veículo, deixou o jipe e abandonou o local”, adiantou à Reuters uma fonte próxima da investigação que pediu anonimato. “Disse que actuou sozinho e admitiu todas as acusações”.
Sabe-se que o suspeito é natural de Caxemira, esteve até Fevereiro em Peshawar, cidade no Noroeste do Paquistão junto à fronteira com o Afeganistão que é um dos bastiões dos taliban e da Al-Qaeda. Era para o Paquistão que se deslocava agora, quando foi detido já no avião.
Ontem, reagindo a estas informações, o senador independente Joe Lieberman, propôs que seja retirada a nacionalidade aos americanos autores de actos de terrorismo.
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