A Google já admitiu que esta foi uma grande falha de privacidade. Os carros que circulavam por cidades de mais de 30 países para construírem mapas com imagens detalhadas das ruas (um serviço chamado Street View) também recolhiam, segundo a empresa por engano, informação das redes sem fios de ligação à Internet.
Os carros armazenavam amostras dos dados que circulavam nas redes a que se iam ligando enquanto percorriam as ruas. Estas amostras podem incluir vários tipos de informação pessoal relativa à actividade do cibernauta.
Entre a informação recolhida estava também o nome da rede (que é definido por quem a instala) e o chamado endereço MAC do router – o router é o dispositivo que permite a criação da rede e o endereço MAC é um conjunto de números e letras que identificam este dispositivo de forma única.
A recolha, porém, era feita apenas nas redes que não estavam protegidas por uma palavra-passe e que estivessem a ser usadas no momento de passagem dos carros. Além disso, nota a Google, o equipamento dos carros está programado para saltar de ligação em ligação a cada cinco segundos, pelo que só pequenos fragmentos de informação deverão ter sido armazenados.
A falha foi descoberta quando, há menos de duas semanas, as autoridades alemãs pediram para auditar a informação que os carros da Google recolhiam. Segundo uma explicação no blogue oficial da multinacional, foi só então que os responsáveis da empresa descobriram que estavam também a recolher informação sobre redes de acesso sem fios à Internet, existentes em muitos hotéis e cafés, mas também em várias casas.
A empresa garante que a recolha de informação foi acidental (devido à inclusão por engano de uma funcionalidade no equipamento dos carros) e que esta nunca foi usada.
Numa entrevista à BBC, o responsável de comunicações da Google, Peter Barron, explicou que a informação recolhida já foi isolada e que a empresa “está a trabalhar para apagar os dados”.
Os carros do Street View foram entretanto imobilizados.
Em Portugal, o Street View foi lançado no verão do ano passado e, como em muitos outros países, levantou preocupações de privacidade. A Comissão Nacional de Protecção de Dados argumentou recentemente em declarações ao PÚBLICO que a Google não está a cumprir o requisito de desfocar todas as caras e matrículas fotografadas e já pediu à empresa para resolver o problema.
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