sábado, 23 de agosto de 2008

Depois do despiste, o desespero... (Tragédia em Barajas)

Madrid
O desespero da espera...
A demora na entrega às famílias dos corpos das vítimas do acidente de quarta-feira está a tornar tudo mais difícil. As REPORTAGENS, as IMAGENS e os VÍDEOS dos enviados especiais da VISÃO.
Dois dias depois do acidente aéreo em Barajas, o aeroporto da capital espanhola, as famílias das vítimas continuam a aguardar que as autoridades madrilenas libertem os cadáveres para as respectivas cerimónias fúnebres. Durante a manhã de hoje, sexta-feira, 22, os responsáveis forenses, que desde quarta-feira coordenam uma complexa operação de identificação das vítimas, disseram aos jornalistas que isso só deverá acontecer durante o início da próxima semana. Este impasse aumentou a angústia de centenas de familiares que continuam hospedados no hotel Auditório, situado a cerca de cinco quilómetros do aeroporto. Para lá do hall, encontram-se várias salas de grande dimensão – local onde grande parte das famílias passa o dia. Uns preferem isolar-se num sofá, atirar o olhar para o chão e nem sequer aceitar o apoio das dezenas de psicólogos que deambulam por aquele espaço. Outros optam por circular em grupo, partilhando lágrimas e histórias. A VISÃO falou com vários familiares das vítimas do voo da Spanair. Os sofridos relatos podem ser lidos na próxima edição da revista.
Durante o final da tarde de ontem, quinta-feira, 21, Madrid assistiu a um desfile negro. Dezenas de carrinhas de cor escura passaram em fila indiana, com o apoio de batedores da polícia, em direcção ao cemitério de Almodena. Dentro das viaturas funerárias seguiam os corpos das vítimas, que acabaram por ser transferidos do pavilhão 6, na Feira de Madrid, porque este já não reunia condições de conservação dos cadáveres. Alguns familiares continuam a deslocar-se ao local para concluir o processo de identificação ocular.
Às 13h, o ecrã do aeroporto de Barajas anunciava um voo para as Canárias, efectuado pela Spanair. Tudo idêntico ao dia do acidente, excepto o número que acabou por ser atribuído àquele voo. O agora negro JK 5022 – que se repetia habitualmente neste horário – foi alterado para JK 5024. A verdade é que a enorme fila de passageiros que aguardava embarque para as Canárias não demonstrava qualquer tipo de apreensão. E com razão: o aparelho da Spanair levantou com toda a elegância.

Entretanto, a imprensa espanhola dá conta de um vídeo de segurança do aeroporto (não disponibilizado ao público) com imagens do que se passou – e no qual não se vislumbra qualquer incêndio no motor. As causas do acidente, de acordo com um dos responsáveis da investigação, deverão ser conhecidas dentro de um mês.









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