Ir a Marte sem sair de Moscovo. Essa é a simulação que está desde hoje de manhã a ser vivida por seis homens que dão corpo a uma experiência que se deve prolongar por ano e meio. Objectivo: estudar os efeitos físicos e psicológicos de um isolamento tão prolongado nos tripulantes.
Inserida no programa Mars-500, a ideia da experiência, em que também está envolvida a Agência Espacial Europeia, é “imitar uma missão a Marte e o seu regresso da maneira mais exacta possível, sem lá ir”. Cenário: o Instituto de Problemas Médico-biológicos de Moscovo. Protagonistas: três russos, um italiano, um francês e um chinês
Nos primeiros 250 dias, correspondentes à viagem de ida, os voluntários estarão numa “navette” de 180 metros quadrados. Em seguida, três deles passarão 30 dias num módulo imitando as condições do solo do Planeta Vermelho. Finalmente, o conjunto da tripulação faz a imaginária viagem de regresso ao longo de 240 dias.
As comunicações serão feitas essencialmente por correio electrónico, mas estão previstas interrupções e o tempo de transmissão vai, segundo a AFP, aumentando à medida que a viagem decorre, até chegar a 40 minutos, como seria o caso de uma verdadeira missão a Marte.
Excepto em situações de emergência, também elas simuladas, a semana dos tripulantes é composta por cinco dias de trabalho e dois de folga. Um dia “normal” será dividido em três partes de oito horas dedicadas ao trabalho, aos tempos livres e ao sono. As suas tarefas são, segundo a CNN, semelhantes às pedidas a astronautas e consistem na manutenção de equipamentos e realização de experiências científicas
Para além da ausência de ar fresco e de luz natural, o afastamento das pessoas que lhes são mais próximas será uma fonte de stress. “Não poderemos ver as nossas famílias, os nossos amigos, mas penso que é um momento glorioso das nossas vidas”, disse o chinês Wang Yue, citado pela AFP.
Esta não é a primeira vez que se realiza uma experiência do género. No ano passado, também no âmbito do Mars-500, seis voluntários estiveram encerrados num módulo semelhante durante 105 dias.
Não está prevista para as próximas décadas qualquer missão ao Planeta Vermelho, mas em Janeiro a NASA informou a CNN Radio que uma fusão com a Agência Espacial Europeia estava próxima, o que poderia antecipar missões tripuladas. A distância entre a Terra e Marte varia entre 55 milhões e mais de 400 milhões de quilómetros, em função das órbitas dos dois planetas.
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