quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Cinco portugueses escapam com vida.

Um grupo pouco conhecido, Deccan Mujahideen, reivindicou a autoria da série de tiroteiros e explosões em Bombaim, que causaram hoje pelo menos 78 mortos e 200 feridos. Cinco portugueses conseguiram sair do Hotel Taj Mahal, um dos alvos dos ataques.

Pelo menos 78 pessoas morreram e outras 200 ficaram feridas na sequência dos tiroteios e explosões em série conduzidos por homens armados, que visaram nomeadamente grandes hotéis da cidade, a capital financeira da Índia, anunciou o governo do Estado de Maharashtra.

Uma cidadã portuguesa telefonou para a Embaixada de Portugal na Índia, dando conta que havia cinco portugueses entre os duzentos turistas internacionais que conseguiram sair do Hotel Taj Mahal, em Bombaim, quando do ataque ao edifício, disse fonte da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesa.

Todos os portugueses conseguiram sair com o grupo de estrangeiros,
encontrando-se bem e carecendo apenas de apoio para obter documentação, revelou ainda fonte da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas.

Em declarações á Lusa o embaixador de Portugal em Nova Deli, Luis Filipe Castro Mendes - que conversou com a cidadã portuguesa - explicou que a turista estava abalada com o que ocorreu: "Falei há momentos com ela. Estava obviamente abalada com o que aconteceu e preocupada porque ficou sem os documentos. Vai ser alojada em acomodação alternativa porque os terroristas continuam no hotel que está a arder".

O embaixador disse ainda desconhecer se havia mais turistas portugueses afectados pelo que diz terem sido 17 ataques que ocorreram em vários pontos da cidade de Bombaim, nomeadamente hotéis de luxo e outros locais frequentados por turistas estrangeiros.

"Sabemos que cem turistas estrangeiros saíram do Hotel Taj Mahal e que entre eles estava essa senhora portuguesa com quem falei", explicou Luis Mendes.

"Pode haver mais portugueses mas, neste momento, o que posso confirmar é que as pessoas que estavam no Taj Mahal conseguiram sair", afirmou. Segundo explicou, os turistas não chegaram a ser feitos reféns pelos terroristas que ocuparam o edifício, onde se ouviram várias explosões e disparos. O grupo barricou-se numa zona do hotel onde, acompanhados pelo director e outros responsáveis do complexo, se mantiveram até conseguirem sair.

A situação dos portugueses em Bombaim vai ser acompanhada pelo cônsul honorário de Portugal naquela cidade e ainda pelas estruturas consulares e diplomáticas em Goa e Nova Deli, segundo explicou o embaixador.

"É uma situação extremamente dramática a que se vive em Bombaim", descreveu o embaixador português. "Houve 17 ataques, em hotéis como o Taj Mahal, o Mariott e o Oberoi. Foi atacado um cinema, a estação de caminho-de-ferro e um hospital, onde ainda há reféns. Fizeram explodir um automóvel perto do aeroporto", disse ainda.

Entretanto, um grupo pouco conhecido, Deccan Mujahideen, reivindicou a autoria dos ataques terroristas. A agência Press Trust of India disse que o grupo enviou emails para vários órgãos de comunicação. Segundo a estação televisiva norte-americana CNN, dois suspeitos foram mortos e nove estão detidos.

Três espanhóis bloqueados num dos hotéis atacados
Três espanhóis continuam bloqueados num dos hotéis atacados hoje à noite em Bombaim por homens armados de espingardas de assalto e granadas, revelou uma fonteda embaixada espanhola em Nova Deli.

Os espanhóis, que faziam parte da delegação comercial que acompanhava na sua visita a presidente da Comunidade de Madrid, Esperanza Aguirre, estão bem, mas de momento não podem sair do recinto, segundo a fonte.

Os empresários encontram-se no Hotel Oberoi, o mesmo onde ia ficar Aguirre, que conseguiu ser retirada e foi transportada para o aeroporto internacional de Bombaim, onde tomou um voo com destino a Zurique.

"Partimos os vidros para sair. Não sabemos o que fazer, há muito fumo. Ninguém responde nem na recepção nem aos telefones", disse um dos espanhóis contactados. Um grupo numeroso de espanhóis refugiou-se na residência do cônsul de Espanha segundo uma fonte diplomática consultada por Efe.

O eurodeputado espanhol Ignasi Guardans, que lidera uma delegação do Parlamento Europeu, encontrava-se num restaurante e também não podia sair da zona.

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