Dois anos depois de deixar a Casa Branca, George W. Bush publica um livro sobre os momentos mais marcantes e controversos da sua Presidência, no qual admite ter dado luz verde a uma polémica técnica de interrogatório conhecida como "waterbording".
Ao longo de 481 páginas, o ex-presidente norte-americano expõe os seus pensamentos sobre o 11 de Setembro, o furacão Katrina e aquele a que chama "o pior momento" da sua presidência.
No livro, publicado esta terça-feira, dois anos depois da eleição de Barack Obama, George W. Bush considera que os ataques terroristas do 11 de Setembro deram-lhe um objetivo claro e o mandato para descobrir os responsáveis e "dar cabo deles".
Entre os métodos autorizados pelo antigo presidente na luta contra o terrorismo conta-se a polémica técnica de interrogatório que simula o afogamento, o "waterbording". Bush adianta, no entanto, que decidiu não autorizar dois métodos ainda mais radicais, sem especificar quais.
"Os peritos da CIA apresentaram-ma uma lista de técnicas de interrogatório. Com ordens minhas, o Departamento de Justiça e os advogados da CIA fizeram uma cuidadosa revisão legal. O programa de interrogação reforçada estava de acordo com a Constituição e todas as leis, incluindo a que bane a tortura", garante George W. Bush.
O antecessor de Barack Obama na Casa Branca assegura ainda que as técnicas revelaram-se eficazes, fornecendo informação sobre a estrutura da Al Qaeda e as suas operações e levando à captura de Ramzi bin al Shibh, considerado um dos organizadores do 11 de Setembro.
Mas Bush acrescenta ainda um pormenor inesperado sobre o "waterboarding": a sua eficácia foi-lhe transmitida pelo suspeito de terrorismo Abu Zubaydah. "No seu entendimento do Islão, só se tem de resistir a um interrogatório até um certo ponto. O "waterboarding" era a técnica que lhe permitia atingir o ponto de cumprir o seu dever religioso e, depois, cooperar".
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