A intromissão nos dados pessoais revelou que a dirigente republicana usou uma conta privada de email para tratar de assuntos governamentais. Palin é ainda acusada de gastar dinheiros públicos numa estrada inútil, no Alaska.
Desde a nomeação à vice-presidência dos Estados Unidos, pelo Partido Republicano, que o passado e a vida de Sarah Palin continuam a ser investigados e tornados públicos. Na passada terça-feira, 'hackers' informáticos conseguiram aceder à conta pessoal de email da governadora do Alaska e divulgaram na Internet correspondência electrónica, fotografias e agenda de contactos de Palin.
O FBI já está a tentar encontrar o responsável pela 'intromissão' nos dados pessoais da governadora, parte dos quais foram colocados online no Wikileaks. O site justificou a decisão com o facto de a informação publicada provar que Sarah Palin violou as regras de manter dados públicos ao enviar emails através da sua conta pessoal no Yahoo.
"A governadora Palin foi criticada por ter utilizado contas privadas de email para tratar de assuntos governamentais e, ao fazê-lo, violou as regras de transparência. A lista da correspondência, juntamente com o nome da conta, parece reforçar as críticas", pode ler-se no Wikileaks.
Apesar de alguma da correspondência encontrada no endereço 'gov.palin@yahoo.com' ser privada, as imagens publicadas online mostravam mensagens enviadas a assessores, assim como um rascunho de uma carta para Arnold Schwarzenegger, governador da Califórnia. Nos Estados Unidos, segundo a Lei Federal, as comunicações oficiais do Governo devem ser preservadas.
O acesso ilegal à conta de Palin foi inicialmente atribuído a um grupo de anarquistas e vigias da Internet chamado 'Anónimos'; no entanto, alguém ligado ao grupo apressou-se a desmentir, explicando que os 'Anónimos' nunca entrariam na conta de email de outras pessoas.
A estrada sem fim.
Mas a conta de email de Sarah Palin não é a única polémica em torno da governadora. No Estado do Alaska, equipas de trabalhadores no terreno tentam acabar a construção de um troço de estrada com cinco quilómetros, que não liga a lugar algum. Não se sabe quando ou se alguém vai precisar de utilizar uma via orçada 18 milhões de euros.
A rua, parcialmente pavimentada, junto ao aeroporto internacional de Gravina Island, termina num beco sem saída junto a uma praia. Estava previsto que a estrada servisse de ligação para uma ponte a ser construída (com o custo previsto de 155 milhões de euros), cujo projecto foi entretanto abandonado por Palin.
Mesmo assim, a construção da estrada avançou e alguns residentes de Ketchikan (uma cidade de oito mil habitantes situada no local onde a ponte deveria acabar) vêem o traçado de alcatrão como símbolo do desperdício de dinheiro que a governadora poderia ter evitado.
"Certamente que não teremos de viajar diariamente na estrada se não há nenhuma ponte", afirmou Jill Jacob, que tem vindo a escrever e a telefonar para o gabinete de Palin nos últimos dois anos, para protestar contra a estrada.
Desde a nomeação republicana para candidata a vice-presidente, há duas semanas, Sarah Palin diz ter defendido no Congresso que o Alaska não precisava das centenas de milhões de dólares que estavam destinados à construção da ponte. Mas, segundo o "LA Times", que hoje divulgou esta informação, Palin mostrou ser a favor da ponte durante a sua campanha governamental, em 2006.
Depois de ser eleita governadora do Alaska, Palin percebeu que a percentagem do dinheiro estatal na construção da ponte seria muito elevada e mandou cancelar o projecto. Mas aproveitou os 155 milhões de euros de fundos federais para outros fins, entre os quais a estrada em Gravina.
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